quinta-feira, julho 29, 2010

Ode aos mortos

Escassez de pensamentos bons
A angustia pula de paraquedas no meu peito
Fico a espera de acontecimentos ruins
O mundo me amedontrou com seus corriqueiros problemas

O que sai de mim é ruim; encontra-se com o que tem de ruim do lado de fora
Sonhos perdidos com amigos e amigos futuros; que hão de chegar
O ar que me seca, traz a seca da minha canção
Oh canção perdida, oh perda
Ríamos tão alto, detalhando um e outro
Dávamos gargalhada daquilo que ele tinha de melhor
Amizade; sentimento mais fiel
Disputas, discussões sadias; grande ansiedade para mostrar a mais nova criatividade
O que vem de ruim do lado de fora; encontra-se com o que tenho de ruim, aqui dentro

Aqui!, dentro; virou uma caverna de tão escuro
A saída foi fechada às pressas
E os fantasmas nem sequer me deixam aproximar

O acordar traz a morte
O deitar traz a vida
As ações desintegram-se com as lembranças

A cabeça pesa
O corpo pesa

Novamente suplico
E grito: Amor, amor e amor

José Teles
29/07/2010